quinta-feira, 20 de maio de 2010
Por uma edição menos cretina, Deus
domingo, 9 de maio de 2010
A pedidos do auditório
Acredita no amor? Acredita nele como "força que constrói as coisas", pelo menos?
Então... eu até acredito sim, mas acho que ele tem uma função bem mais restrita do que Força-Que-Constrói. Na verdade, eu acho que o amor não constrói nada, quero dizer, não me parece da natureza dele construir, sabe? O amor tem essa cara de gato castrado gordo, sempre com ar satisfeito embora meio apático. Faz com que queiramos manter as coisas como estão.Se amor tem algum mérito está nesse sentimento de manutenção ou abstenção/negação que ele provoca. Construir definitivamente não é com ele, no máximo ele salva, resgata as coisas que fugiram da estabilidade, devolve-as para vida de gato castrado. Construir requer uma atitude de agressividade.O ódio, a vingança e o ciúme: destes sim é o reino da capacidade de realização.Nada como a sensação de, fucking hell,fim de relacionamento,de se sentir um touro com uma bazuca e se atirar no trabalho (as tias do RH podiam atentar pra isso) ou mudar de país...enfim, assume que não tem nada a perder. Toda pulsão do Amor tem a ver com não-fazer, com tenho-tanto-a-perder (salvo o já especificado antes) A bondade, o AMOR, O chamado altruísta de quando sentimos vontade de ajudar e todos esses sentimentos tons pastel-bebê não nos impulsionam para ação. Falta vigor, falta viagra. Talvez por essa constatação, nunca entendo muito bem o tratamento agudo de não-sexo que as grávidas inspiram nas pessoas.Conceber e parir exigem algum nível de agressividade e raiva como tudo que parte do nada em direção à existência.Olhe os prédios,as pessoas que constroem as coisas, a seleção natural, o sexo, olhe os bebês e me diga: cê acha mesmo que a vida vem do Amor?
quarta-feira, 24 de março de 2010
Dá risada e ri, ri , ri
domingo, 14 de março de 2010
Fada do dente
terça-feira, 23 de fevereiro de 2010
Traga a vasilha
Nunca vi um marketing tão poderoso. O tio fazia com que as pessoas fossem realmente atrás do sorvete às seis da manhã de cara amassada com vasilhame numa mão e dinheiro na outra, para descobrir o preço só na hora de pôr as bolas no recipiente. Sendo totalmente parcial e influenciada, faço uma análise radical sobre o que tem sido O problema da minha vida e, posso apontar faltas graves como:
1) não ter quem me dissesse a importância de levar a vasilha;
OU ações precipitadas como:
2) sair correndo quando o sujeitinho soletrava "SA-BO-RO-SO" e só descobrir que tinha de levar o tupperware quando chegava na frente do sorveteiro. E daí até que eu voltasse em casa pra pegá-la ou o sorvete teria acabado ou o tio não pôde esperar e beeeeeeijos;
Desde então, "traga a vasilha" soa como um imperativo de garantias na vida. Acho que trata sobre se precaver, sobre saber aproveitar,sobre escutar as instruções calmamente e até o fim, e sobre custo-benefício.Toda uma sabedoria das bolas de sorvete que pode ser aplicada a distintos campos tais como economia,publicidade,direito trabalhista, auto-ajuda e até mesmo a artes prosaicas como a naïf. Acho digno.
Imagino também o aparecimento de, para pessoas como eu, um Tio da vasilha que anunciasse: "Vasilha bonita. VASILHA ES-PLEN-DO-RO-SA. Traga o sorvete.TRA-GA O SOR-VE-TE." Embora acredite, pela natureza da Vasilha, que este simpático e mais judeuzinho espécime de Tio jamais solicitaria pelo sorvete; ele estaria lá na sombra do primeiro, com sua voz baixinha e sorrisinho oferecendo alternativa aos precipitados sem frascos. Eu sempre suspeitei que conteúdo fosse superestimado. Inclusive, porque a forma meio que manda não só no conteúdo como na sua interpretação. Para certos pós modernos " que conteúdo ,que nada"! só há forma. Mas deixem eles lá, por agora. Como assim as artes,a moda e a literatura falam de outra coisa que não a forma? Ah,Literatura não?Pra mim é tudo emporcalhada ou esplendorosamente um exercício de forma imaginada. E se você, assim como eu, acredita que a política, as ciências duras,o marketing e a psicologia tentam subestimar e pôr a forma no seu devido lugar, ao mesmo tempo que se utiliza soterrateira e descaradamente dela, meu bem, então deixemos todo o resto da humanidade gritar impropérios à estética e lamber os dedos e cotovelos enquanto tudo derrete . A gente faz malabares com Tupperware e o tio judeuzinho sempre estará lá na sombra, rindo conosco.
segunda-feira, 22 de fevereiro de 2010
Revelando os segredos do embarangamento pós marriage
Aplicando esse breve introdutório às tentativas FAIL de manter os truques de atractibilidade (gostei mais desse som do que o de "atração") após o casamento, vejamos:
- COMO causar espanto admirado com o resultado se o processo = cabelo na touca metálica, pasta branca no rosto, nas mãos e pepino nos olhos?
- COMO ser linda se você não pode/deve passar camadas generosas de Bepantol nos lábios pra dormir se tem maridinho na cama com você?
- COMO passar os cremes necessários ao brilho e charme da cútis se sexo = suor e suor iécati de creme dá nojo até na mãe da criança, quem dirá no husband?
- COMO se alimentar de saladas frescas de acelga, alface,pepino, berinjela,manga, rúcula,hortelã,grãos de linhaça com borrifo de iogurte desnatado se o marido sempre confunde Ritos Surpresas da União com saídas pra comer? Como, se o marido cozinha esplendorosamente bem e quer te ver como um bebê olhando pros peitos maternos?Como, se o marido cozinha mal e portanto, gosta dos hipercalóricos óbvios? COMO, se a sogra quer te matar se você não come nos encontros de família atestando dieta ( o que ela repetirá para as amigas com aspas no dieta) ?
- COMO manter a dieta se os aniversários infantis estão aí e as mamães querem mais é se sabotar, ê lelê...!
Eu juro que a gente tenta, mas há um esforço conspiratório pra que o salto quebre na hora da piscadela pra foto. Como disse antes, revelados os segredos,a mágica que sobra é tão reles, chinfrim e pretensiosa (combinação bombástica de adjetivos, eu sei).
P.S.:Este post é inteiramente dedicado ao joão Arthur e aos seus dois aninhos. Theo fará três anos em breve e tamanha gentileza será recompensada, Beth. Você estará na fila com a mãe da Júlia e assim que a fatia tipo "dedo mínimo" for entregue e ela sair agradecida virando à esquerda, vou, com uma mão na cintura e outra na testa como que limpando o suor e soprando, sorrir e exclamar "Oh! Você!", me abaixar e tirar um bolo debaixo da mesa, viu?Coberto simbolicamente, claro, por um guardanapo, talvez papel toalha, não sei. Ah! Na festinha de Theo trarei mágicos, os mais witties e elegantes desta cidadela, com tom de voz de James Bond, ha-ha.